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29 de ago. de 2011

Caça as bruxas

A mania da caça às bruxas que convulsionou a Europa Ocidental durante os séculos XV, XVI e XVII pode não ter revelado a existência de demônios sobrenaturais, mas deu efetivamente origem a uma extraordinária quantidade de monstros humanos: os caçadores de bruxas, uma irmandade patologicamente obcecada pela justiça que se devotou a descobrir suspeitas servas do Diabo. A bíblia destes macabros justiceiros era o infame “Malleus Maleficarum” (Martelo de Bruxa), um livro escrito por dois fanáticos sacerdotes dominicanos e publicado em 1486. Para os autores da obra, nenhum estratagema era demasiado ínvio, nenhuma tortura demasiado desumana para ser usada a fim obter confissões. Qualquer atitude quer de cepticismo, quer de moderação, era rejeitada. “Não acreditar em bruxaria”, assim rezava o lema do livro, “é a maior das heresias”.

Nicolas Remy, inquisidor de Lorena, contemporâneo de Bodin, se não se lhe igualava intelectualmente, equiparava-se por certo nas perseguições que movia às bruxas. Durante 15 anos de julgamentos de casos de bruxarias, Remy foi responsável pela execução de aproximadamente 900 pessoas. Quando o seu filho mais velho morreu, em 1582, Remy inevitavelmente suspeitou de bruxaria, acusando e condenando mais tarde um mendigo a quem recusara esmola pouco antes da morte do filho. Como Remy explicou: “As bruxas recorrem a um processo extremamente traiçoeiro para aplicarem o seu veneno, pois com as mãos sujas dele agarram-se ao vestuário de um homem como se fossem para interceder junto dele e instalar para que atenda aos seus pedidos”.Tal como Bodin, Remy reformou-se como homem honrado e escreveu o livro sobre suas experiências. O principal desgosto de sua vida, confessou, foi não ter aniquilado mais filhos de bruxas.






O caçador de bruxas que de longe causou maior morticínio foi Peter Binsfeld, instruído pelos Jesuítas, bispo sufragâneo de Trier, Alemanha, que viveu nos finais do século XVI. Consta que Binsfeld, incansável perseguidor de bruxas, segundo o qual uma tortura “ligeira” não significava qualquer tortura, foi responsável pelas mortes de 6500 homens, mulheres e crianças. O seu “Tratado sobre Confissões de Bruxas e Praticantes de Malefícios” foi considerado por muitos dos seus contemporâneos como sendo uma das maiores obras legais da época. Poucas vozes se ergueram em oposição à prática sangrenta da caça às bruxas. Mas quando o erudito holandês Cornelius Loo, horrorizado pela enormidade dos assassínios judicialmente sancionados de Binsfeld, tentou protestar em nome da Humanidade, foi condenado e obrigado a retratar-se publicamente.



País Número de Condenações População
Irlanda 2 1 Milhão
Portugal 7 1 Milhão
Espanha 300 (?) 8,1 Milhões
Itália 1000(?) 13,1 Milhões
Holanda 200 1,5 Milhão
França 4000(?) 20 Milhões
Inglaterra / Escócia 1500 6,5 Milhões
Hungria 800 3 Milhões
Finlândia 115 360 Mil
Bélgica 500 1,3 Milhão
Islândia 22 50 mil
Suécia 356 800 mil
Checoslováquia 1000 200 mil
Áustria 1000 200 mil
Dinamarca / Noruega 1350 970 mil
Alemanha 25.000 16 milhões
Polônia / Lituânia 10.000 3,4 milhões
Suíça 300 1 Milhão
Lichtenstein 300 3 mil
Estônia / Rússia / Eslovênia 264 Não disponível
O total de condenações durante 5 séculos é de aproximadamente 48.016. Esse número nos faz chegar as seguintes conclusões:
1. O número está excessivamente abaixo dos especulados por diversos escritores mal intencionados e vigaristas com Dan Brow e Rosa Maria Muraro em seu infame “Martelo das Bruxas”, onde afirmam que historiadores estimam milhões de mortes por bruxaria impostas pela inquisição.
2. Na cidade do Rio de Janeiro, apenas em 2010, foram registrados 4.767 homicídios dolosos. Isso é mais que o triplo do número de condenações em 5 séculos que houve, por exemplo, na Inglaterra e na Escócia, sendo a população quase a mesma nos dois casos.
3. A proporção do impacto populacional das condenações por bruxaria é ínfima se comprarmos com as 100.000.000 mortes atribuídas apenas a China comunista no século XX(considerando uma população de 1,9 Bilhões de chineses). A proporção é 0,081% para a primeira contra 5% da segunda.
4. Não é possível sequer comprar a perseguição sofrida pelos cristãos nos países muçulmanos, comunistas e hindus com a inquisição. No século XX foram 70 milhões de pessoas que perderam suas vidas apenas por serem cristãos.
Ainda hoje há registros de perseguição a bruxaria. a matéria publicada pelo site Zenit.org em 27/06/2009.