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29 de ago. de 2011

Caça as Bruxas em nome de Deus


O fato de a maioria dos caçadores de bruxas acreditarem sinceramente na retidão dos seus procedimentos criminosos não torna atualmente menos horrorosos os seus métodos desumanos, lógica perversa e preconceitos extremistas. Henri Boguet (1550 – 1619), advogado francês a quem se atribui o extermínio de cerca de 600 bruxas, foi, por exemplo, capaz de ajudar a condenar uma piedosa suspeita com base em que o crucifixo que ela usava no terço apresentava um minúsculo defeito - indicio claro, segundo Boguet, de que ela estava associada ao Diabo.


Já Pierre de Lancre, caçador oficial de bruxas da região basca durante o reinado de Henrique IV da França, era igualmente hábil em detectar qualquer presença satânica. Por razões obscuras, mas que parecem ter sido mórbidas implicações sexuais, De Lancre convenceu-se de que todos os 30.000 habitantes (incluindo os padres) do distrito de Labourd eram bruxos. Quando as conclusões de De Lancre foram divulgadas, milhares de pessoas abandonaram os seus lares, algumas das quais emigraram mesmo para a Terra Nova, para escaparem à inevitável conflagração. No espaço de 4 meses, De Lancre queimou cerca de 600 pessoas que restavam no distrito de Labourd, após o extermínio regressou triunfantemente a Paris para ser feito conselheiro do Estado pelo grato Rei Henrique IV.


Contrariamente a alguns dos seus correligionários, o caçador de bruxa inglês Matthew Hopkins, cuja época áurea não se prolongou para além de um período relativamente breve na década de 1640, conseguiu matar apenas algumas centenas de pessoas. Além do mais, é devido a um decreto parlamentar, foi obrigado a renunciar o método a que inicialmente recorrera para identificar bruxas – lançar as suspeitas, amarradas, para um lago ou rio, a fim de verificar se flutuavam, caso em que era consideradas culpadas.



A escuridão que assolava a Europa Ocidental dos séculos XV, XVI e XVII não provinha da existência de demônios, bruxas ou qualquer outro tipo de manifestação maléfica. Mas sim de mentes obscuras que tinham o poder em mãos, usando-o para alimentar seu desejo doentio por prazeres mórbidos ou simplesmente atuando em nome de Deus para alcançar seus objetivos de ganância e poder.